foto: divulgação
Calma, ninguém vai pagar para ter posse de um morador de rua. Mas através do site "Mendigo Urbano", o usuário poderá comprar o "passe" de um dos mendigos cadastrados. Isso não é uma brincadeira de mau gosto, é uma iniciativa solidária.
Inspirado nos sites de compras coletivas, o projeto, sem fins lucrativos, propõe que os internautas interessados em ajudar um morador de rua possam oferecer doações de R$1 a R$30 reais que dão direito ao beneficiado um "kit mendigo": cesta básica, roupas e um corte de cabelo.
O mais curioso é que a ideia partiu de dois jovens de 19 anos. Os amigos João Pedro Burzlaff Lopes e Bruno Henrique Stein, do Rio Grande do Sul, resolveram reunir seus conhecimentos e habilidades com a internet e criaram o site com o intuito de promover a solidariedade.
"Queremos mostrar com o site que estes moradores de rua têm uma história e queremos dar visibilidade ao problema deles. Fizemos uma espécie de analogia ao sistema de compras coletivas para abordar o tema de forma mais leve e para incentivar as pessoas a colaborarem. Você já viu alguém doando R$ 30 reais para um morador de rua em um semáforo?", acredita João Pedro.
"Pretendemos documentar tudo o que for possível para mostrar que estamos encaminhando o dinheiro das doações de forma correta e aceitamos sugestões de como podemos deixar o processo mais transparente", acrescentou Bruno Henrique.
O site, que foi ao ar na semana passada, ganhou as redes sociais e em uma semana recebeu mais de 15 contribuições que variam de R$ 1 a R$ 30, mais de R$ 100 no total.
Quanto ao futuro do Mendigo Urbano, é de quem sabe incentivar a criação de outros sites de "solidariedade coletiva", como aconteceu com o Peixe Urbano e seus atuais - e numerosos - concorrentes.
"Se possível, em um ano, gostaríamos de ver o projeto ampliado, com pessoas de todo Brasil adicionando novos moradores de rua e com maiores possibilidades de ajudar. Quem sabe até oferecendo reais oportunidades de mudança de vida através de parcerias? Mas sabemos que é muito difícil ficando somente nas nossas mãos", conclui Bruno.
Por Jessica Moraes