Crianças e adolescentes aprendem desde cedo que para comprar o que querem precisam de dinheiro. Mas como normalmente não trabalham, contam com o respaldo dos pais para suprir tudo, desde as reais necessidades até os supérfluos adorados.
Mas aí, dependendo de como a coisa funciona dentro de casa, é possível que o jovem alie dinheiro com felicidade e se transforme num daqueles adultos que acham que a carteira cheia é certeza de alegria completa.
A psicopedagoga Carmem de Paula, de São Paulo, afirma que a sensação de excesso de dinheiro pode levar ao entendimento que tudo é fácil. Ela acredita que existe mesmo a ilusão de que altas somas nas mãos de jovens gerem felicidade. Mas lembra que quando o dinheiro é fácil, há muita tendência em gastá-lo com coisas de pouca utilidade. “Se dado em doses homeopáticas, a propensão é pensar antes de fazê-lo sair das mãos. Mesmo nas famílias mais ricas, o dinheiro deve ser dosado para que seja valorizado”, afirma.
Para isso, é responsabilidade dos pais incutirem nos jovens a busca pelo cumprimento de uma etapa ou objetivo - e aí sim valorizar, “premiando” como achar melhor. Mas nada de pagar por cada serviço doméstico, por exemplo. “A cooperação em casa gera menos trabalho para todos e ensina aos jovens que o dinheiro não é o elo que o une aos pais”, afirma.
Mesmo assim, não é preciso evitar a mesada ou dar dinheiro para que o jovem pague algumas pequenas despesas. “Isso ajuda eles aprenderem, desde pequenos, a valorizar o dinheiro”, acredita Carmen.
Em casa, ela adotou com o filho o sistema R$ 1 por ano de vida, a cada semana (se o filho tem 15 anos, por exemplo, ganha R$ 15 por semana). Ela acha que o valor é suficiente para suprir as pequenas necessidades da vida do adolescente. Dando mais ou menos aos filhos, o que os pais precisam explicar, desde cedo, é que não importa quanto se tem na carteira. Mais urgente é aprender como gastar de maneira inteligente e, melhor, poupar aquilo que se conquista!
Por Sabrina Passos (MBPress)
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