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Quando eu tinha 14 anos, em meio a uma sucessão de muito sarcasmo, risadinhas e gritinhos entre amigas, meu melhor amigo soltou uma frase, que define a minha visão atual sobre a mulher moderna:
"Vocês são chatas, hein".
E a gente é chata pra caramba mesmo. E sabe por quê? Porque o maior problema da mulher brasileira moderna é a língua portuguesa. A gente fala demais até de boca fechada.
A "modernosa", com tanta responsabilidade e poder quase infinito de escolha, se vê obrigada a dar um nome às coisas. Afinal, é assim que o ser humano organiza o mundo em que vive, correto?
O problema é que a mulher brasileira moderna, com essa arma em seu poder - o idioma nativo - começa a dar nomes até para coisas que não existem. Podia até escrever livros de ficção. Vai ter criatividade assim lá na China.
Por exemplo. Alguém pode me dizer a definição de um "ficante"? Namorado é namorado. Amigo é amigo. (amor é amor, o lance é o lance...). E o ficante? Ele não serve justamente pra ninguém ter que se preocupar com rótulos?
E quando ganha um nome, o negócio ganha relevância e fica importante. Mas se o cara não é seu namorado, não é seu amigo e você nem sabe se gosta tanto assim do cidadão, para que cargas d´água você vai se preocupar com a existência dele?
O mesmo vale para a "periguete". Não é a toa que essa palavra é exclusiva do Português. Até entendo que, convencionalmente, recebe esse nome quem apresenta algumas características e atitudes específicas. Mas na mesma medida em que existe roupa extremamente curta, também existe roupa de extremo mau gosto - outro nome a ser questionado, mas já são outros quinhentos. E assim como tem gente muito inconveniente, também tem gente muito chata e sem ter o que fazer.
Mas desconsiderando casos de má fé - como crises familiares causadas por infidelidade e aquela podridão toda - quero ver quem é que me responde: quando é que ficar dando rótulos sem sentido nos agregaram alguma coisa além de dor de cabeça?
Por isso eu digo: mulher é tudo farinha do mesmo saco, só muda a forma para a qual cada uma é destinada. E para puxar sardinha pro nosso lado, não importa o sabor, ninguém faz bolo sem farinha.
Neste Dia Internacional da Mulher, pare de se dar nomes e fazer julgamentos que só estão na sua cabeça. Seja você solteira, comprometida, ficante, amante, namorada, amiga, santinha, piriguete, religiosa, nerd, etc. Mulher de verdade dispensa classificação.
E exija um jantar num bom restaurante - e não vale pagar com VR.
Marianna Greca é publicitária e nerd assumida. Social Media, webwriter, tradutora e desenhista compulsiva. Tão louca por Internet quanto pela Ilíada. Acredita que assumir a maternidade do mundo é o melhor caminho para a felicidade.Orbiting: o término de namoro que está sempre presente
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