Rejoice Sunshine, dançarina burlesca. Foto Flavio Melgarejo
O burlesque, conhecido no Brasil como burlesco, é um gênero de teatro satírico e tem como objetivo fazer paródias às operetas elitistas e, secundariamente, como entretenimento popular vulgar. A apresentação do gênero é um dos destaques da 2ª edição da Hot Fair, feira erótica que começa hoje no Rio de Janeiro e vai até domingo.
O movimento foi bastante divulgado no mundo todo quando Cher e Christina Aguilera participaram do filme "Burlesque", um musical de 2010, que concorreu a três Globos de Ouro e fala exatamente sobre este universo que mistura teatro, música e sensualidade.
Segundo Rejoice Sunshine, também conhecida como Sweetie Bird, o que se conhece hoje como burlesco vem do estilo norte-americano, por mais que ela tenha chegado nos Estados Unidos apenas em 1860, com as chamadas Britsh Blonds. "O burlesco clássico era uma variante pobre do Vaudeville, ou teatro de variedades, e consistia em um espetáculo de três atos: números musicais variados com belas mulheres, esquetes cômicas e um número de dança e canto mais complexo", explica.
Sweetie Bird também conta que tudo o que era considerado escandaloso variava em grau e estilo de acordo com o lugar e a época, mas foi na década de 1950 que aconteceu o primeiro nu frontal completo no striptease. Com a chegada de revistas, como a Hustler, e do cinema pornô, o striptease deixou de ser burlesco e passou a ser apenas "strip", deixando de lado o "tease", que é provocação.
Dita Von Teese, sex symbol norte-americana e ex-mulher de Marylin Manson, é uma das dançarinas mais famosas do que é conhecido como neo-burlesco (ou neo-burlesque) e levou o estilo teatral para o mundo. Além dela, Catherine D’lish também faz parte deste movimento que começou por volta de 1993."O novo burlesco é muito mais intelectualizado do que o original, que visava apenas entreter a baixo custo. O foco pode estar tanto no figurino, no glamour, na estética pin-up e na dança, quanto nas performances altamente teatralizadas, incluindo, mas não se limitando, a críticas sociais e de gênero", acrescenta Sweetie Bird.
Muito diferente do striptease, a praticante do Burlesco afirma que Jo Woldon, reitora e idealizadora da "New York of Burlesque", diz que o que separa os estilos são o contexto, estilo, intenção e o relacionamento com a plateia. Ela ressalta também que o movimento inclui o striptease, mas não se limita a ele.
"Se for algo teatralizado, a história leva a dançarina a perder a roupa em algum momento. Se for algo mais femme fatale, há toda uma longa sedução para que se mostre alguma pele", diz. "Há quem demonize o striptease comum. Tenho para mim que cada estilo e gênero têm seus méritos. O que realmente separa o burlesque do strip é que, em geral, uma vez desnuda a dançarina, acaba o show. O revelar (chamado por Jo Weldon de ‘The Great Reveal’) é o clímax do número. Seja revelar um seio, um bumbum ou um truque", explica Sweetie Bird.
Rejoice também faz questão de diferenciar o burlesco do cabaret, considerando que o foco deste é um grupo de dançarinas, com todo o seu glamour e graciosidade, mas sem as retiradas de roupas no palco, onde, algumas vezes, o próprio figurino é estar seminua.
A arte chegou ao país com tudo recentemente e tem levado muitas mulheres a admirarem e até mesmo praticarem o Burlesque. No caso de Sweetie Bird, foi ele que a achou. "Sempre gostei de musicais antigos e de figurinos extravagantes, bem como de clichês e trocadilhos", conta. No final de 2006, ela conheceu o estilista Heitor Werneck na festa de fetiche que ele organiza, o Projeto Lúxúria. Lá ela foi convidada para dançar no sarau que comandava no extinto Loveland. "Pesquisei o gênero a fundo, comprei livros, vi filmes, usei meus conhecimentos em moda para fazer meus próprios figurinos e comecei a ter aulas de dança ao mesmo tempo em que me aventurava nos palcos", conta sobre sua experiência.
Outra curiosidade bem interessante em relação ao neo-burlesco é que não existe um padrão estético para praticar esta arte, assim como acontece em outros movimentos. Rejoice explica que o público é muito mais generalizado e abrangente, não existindo nenhum estereótipo específico, sendo que a única necessidade é realmente criar algo fascinante e bonito.
"Tudo isso é independente de sexo, tamanho ou idade. Tanto isso acontece que alguns grandes nomes do burlesco da década de 1950 ainda estão na ativa, como é o caso de Tempest Storm. Aos 83 anos, ela ainda se apresenta regularmente. Outra dançarina de 1960 que voltou aos palcos recentemente é Satan’s Angel", revela Sweet Bird.
Para as mulheres que pretendem praticar o Burlesque, vale ressaltar que os pré-requisitos são: sensos crítico, estético e de humor e um bom ouvido para a música. Além disso são imprescindíveis a vontade de aprender, a paciência para trabalhos manuais e o espírito de aventura.
Por Carolina Pain (MBPress)
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