Neste texto, escolhi o pintor Gustav Klimt e sua tela, da As Três Idades Mulher (1905) para refletir sobre a sensibilidade do artista em relação aos sentimentos das mulheres no que tange à passagem do tempo e falar através da imagem sobre a passagem do tempo.
Gustav Klimt nasceu na Áustria em 1862. Aos quatorze anos entrou para a Escola de Artes e Ofícios de Viena, começou sua carreira como decorador. Era conhecido por seus talentos artísticos, pintava a serviço do Estado, contudo, não se contentava em apenas agradar, buscava sua arte, suas idéias, independente de qualquer opinião. Sempre certo de seus ideais, acreditava na libertação pela e através da arte. Dono de uma personalidade extravagante, chocou com suas pinturas sexuais e exuberante no século 19 para o século 20, e devido ao conservadorismo da época foi muito criticado. Klimt recebeu duras e impiedosas críticas por ter realizado uma obra "pessimista e com grande simbolismo erótico".
Ele criou polêmica ao pintar corpos femininos nus em poses consideradas obscenas para a época, com rostos e expressões com ar de lascívia e mórbida sensualidade, olhos semifechados e bocas entreabertas.
Klimt expressa a ambigüidade em suas obras, pintando no mesmo quadro a alegria e a tristeza. Os questionamentos humanos lhe são fundamentais e individuais, usando o pensamento e a intuição para compor seu trabalho. Era contra o moralismo burguês do início do século XX, contra os seus valores e costumes. A figura feminina o fascinava e, tida na época como uma imagem de recato, encontrou nelas um de seus principais temas. Ele acreditava, no entanto, que a mulher possuía uma potência latente dentro da sua submissão. Seu pudorismo exterior escondia, na verdade, seu desejo sexual.
Nesta tela, Klimt dispôs verticalmente as três figuras femininas nuas que representam a passagem do tempo, com uma organização compositiva que ajudou o pintor a mostrar uma versão original do conflito entre a juventude e velhice, isolando e, ao mesmo tempo, unindo as personagens. À primeira vista, mãe e filha parecem estar envolvidas por um manto, enquanto a anciã se encontra fora dele.
As cabeças inclinadas das personagens reforçam a sensação de solidão e desespero da anciã diante da proteção, carinho e esperança da mãe e da menina, ao mesmo tempo que todas as personagens se inclinam perante a passagem do tempo.
O envelhecer para a mulher é um processo custoso na nossa cultura, adquirir conhecimento, espiritualidade, sabedoria em detrimento da perda de vitalidade corporal não é algo valorizado pela sociedade e as mulheres precisam fazer de conta que isto não acontece. A batalha para manter o corpo jovem freqüentemente negligencia a conquista da espiritualidade e da sabedoria e vemos poucas mulheres maduras e atrativas.
Maria Cristina Capobianco é psicóloga e autora do livro "O corpo em off" (Ed. Liberdade).Os Poderes dos Incensos: veja o que cada aroma desperta!
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