Todo mundo tem aquela barriguinha inchada depois da feijoada.
Inchada de muito olho grande e pouca ginástica localizada.
Porque a feijoada pesa no pneuzinho, mas pesa mais ainda na vontade de gastar sola na esteira.
Essa é a dinâmica da inveja, a calabresa da vida. Dá um tempero a mais na realidade, mas chove granizo no projeto verão.
("granizo", não "granito", "pelamor!")
Penso que a gente consome demais as coisas. Olha demais, lê demais, come demais, analisa demais, se entretém demais, julga demais, admira demais, inveja demais.
Só consome, só é expectador. E cadê as nossas novas ideias, nossos projetos, nossas novas atividades, aventuras, ousadias, romances e criações? Cadê as histórias que nós criamos para serem invejadas também?
Mas ok, quem sou eu para me opor entre a feijoada (a realidade) e a calabresa (o sabor extra, que faz a gente ver mais do que realmente há)?
Vamos lá, deixa eu desenvolver a minha tese.
Minhas tias são adeptas da Lei de Lavoisier na cozinha, principalmente em relação ao pastel de carne. O que sobrou da carne de anteontem virou a bolonhesa de ontem, que é o recheio do pastel que você comeu hoje no almoço. Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
Então essa é a minha proposta: transformação.
Não dá para eliminar nada, nem sua conta no Facebook. Tudo o que é ruim a gente transforma em outra coisa melhor (apesar de eu não fazer ideia do que fazer com a sua conta caso você queira deletá-la).
Então, preguiça a gente converte em criatividade.
Medo, em ousadia.
Inveja, em inspiração.
E, claro, hora extra na academia.
Sem demagogia nenhuma, siga meu conselho: olha menos, exagera menos, e faz mais.
Não é só o cartão de crédito que faz a consumidora. Just do it, woman!
Ah, e Feliz Dia Internacional da Mulher, suas lindas.