O câncer é uma doença que afeta todas as idades e sexo. Porém, quando se trata de criança a doença parece mais terrível do que o comum. A incidência do câncer infantil tem aumentado, todavia a taxa de sobrevida também. Nas últimas décadas a taxa de sobrevida aumentou para 80%, em alguns tipos de tumores ela pode chegar ate 90% ou mais.
A leucemia possui maior incidência dentre os tipos de câncer infantil e é seguida pelos tumores de sistema nervoso central. Dra. Priscila Tsumi, oncopediatra do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC) afirma que há diferenças na forma de lidar com o câncer infantil. "O câncer infantil deve ser considerado totalmente diferente do câncer em adultos no que se refere ao diagnóstico, procedimento e tratamento. Devemos ter em mente que certos tipos de tumores em adulto não acometem a faixa etária infantil e o inverso também é verdadeiro. Apesar de algumas patologias apresentarem o mesmo nome o comportamento e a evolução são completamente diferentes," afirmou a doutora.
No que se refere ao tratamento, nas crianças são usadas drogas amplamente utilizadas no tratamento em adultos, entretanto com doses e esquemas quimioterápicos diferentes. "Os protocolos são específicos e pertencem a grupos cooperativos de âmbito nacional e internacional que ao longo dos anos elevaram as taxas de sobrevida das nossas crianças," explicou Tsumi.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso na terapia do combate ao câncer. Alguns cuidados podem alertar aos pais e auxiliar no diagnóstico da doença. "Como o aumento do volume abdominal, muitas vezes associadas a dor; febre persistente sem foco infeccioso, manchas pelo corpo ou hematomas sem associação com traumas, sangramento ou palidez de rápida evolução; dor de cabeça persistente, mesmo com medicação analgésicas, associadas ou não a alteração de marcha, do equilíbrio ou vômitos; abaulamentos em região de face, pescoço, tórax, períneo e pernas e finalmente a perda do reflexo vermelho nos olhos observado nas fotografias," ressaltou a doutora.
O momento da informação do diagnóstico deve ser realizado de forma cuidadosa com dois focos diferentes, segundo a doutora. Um deles direcionado à criança com uma linguagem simples para que a mesma possa entender o que esta acontecendo com seu corpo, como será o tratamento e que procedimento será submetida.
Outra abordagem foca na atenção para que os pais ou familiares possam assimilar as informações sobre a doença e o tratamento. "Orientá-los de forma a auxiliar seus filhos nessa jornada é nosso objetivo. Obviamente, não são momentos agradáveis nem para família e nem para o paciente, mas na medida do possível todos os esforços são feitos para transformar o tratamento menos nocivo a todos", comentou a médica. Ela afirma ainda que é de extrema importância a adesão do paciente e dos pais junto à equipe multidisciplinar para o sucesso do tratamento.
Por Catharina Apolinário
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