A depressão não é uma doença isolada. Além de preocupante, ela pode estar associada a outras enfermidades, como diabetes, transtornos de ansiedade e doenças cardiovasculares.
Para evitar essa relação perigosa, a psiquiatra Luciana Sarin, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirma que é preciso que o paciente tenha um bom acompanhamento médico e siga à risca as recomendações deste profissional.
"É uma via de mão dupla: a depressão pode exacerbar o diabetes e as doenças cardiovasculares, pois favorece comportamentos como dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, entre outros", explica a psiquiatra.
A depressão é comum em pacientes com doenças cardíacas: a prevalência é quase três vezes maior do que na população em geral. Além disso, estima-se que sintomas depressivos clinicamente significativos acometam de 20% a 25% dos diabéticos, quase o dobro daqueles indivíduos que não sofrem de diabetes.
Estudos ainda apontam que pacientes com depressão têm três vezes menos chances de aderir a tratamento médico do que pessoas que não sofrem da doença. Nestes casos, um psiquiatra pode evitar que o círculo se torne vicioso.
O tratamento adequado da depressão, seja com medicamentos e/ou psicoterapia, é fundamental. "Não basta a melhora parcial do quadro depressivo, mas sim a recuperação completa da funcionalidade do paciente", destaca Luciana.
Isso significa atingir a remissão, ou seja, fazer com que o paciente deixe de apresentar todos os sintomas da depressão, entre eles, tristeza prolongada, desinteresse por atividades antes prazerosas, dificuldade de concentração e no relacionamento com familiares e amigos, distúrbios de sono, perda de libido, entre outros.
Nos pacientes que apresentam outras doenças além da depressão, há ainda outro fator a ser avaliado. "É preciso observar se o perfil farmacológico da medicação não entra em conflito com a doença do paciente. Por exemplo, se ele tiver diabetes, não podemos utilizar um medicamento que favoreça o ganho de peso", aponta a especialista.
Os antidepressivos duais, como Pristiq (desvenlafaxina), costumam ser eficazes no tratamento da depressão por atuarem em dois neurotransmissores (serotonina e noradrenalina). Ao mesmo tempo, são seguros e provocam menos eventos adversos nos pacientes: pouca interferência no peso e na libido, além de sonolência diminuída.
Nestes casos, a gravidade da doença é maior, a resposta ao antidepressivo pode ser dificultada e os pacientes podem apresentar mais eventos adversos. Assim, além de um companhamento médico, o apoio de familiares e amigos também é muito importante.
Por Jessica Moraes
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