O ceratocone, doença que atinge uma em cada vinte mil pessoas no Brasil, é a principal causa de transplante de córnea no país. Em pessoas com visão normal, a luz atravessa a córnea, que tem uma superfície lisa e esférica, e atinge a retina, permitindo ao cérebro formar imagens claras e bem definidas.
Com o ceracotone, a córnea vai adquirindo formato cônico e irregular, resultando uma visão distorcida. Em muitos casos, os graus de miopia e astigmatismo também avançam rapidamente.
De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, os óculos de grau não corrigem a visão de quem tem ceratocone, já que não se ajustam ao formato dos olhos. A solução utilizada pela maioria das pessoas que convivem com o problema é o uso de lentes rígidas.
"Quem não se adapta ao uso de lentes rígidas, acaba tendo de recorrer à cirurgia e, em casos mais graves, ao transplante de córnea. Daí a importância de termos um tratamento muito menos invasivo para a correção do ceratocone.", afirma.
Para isso, existe uma nova tecnologia que tem se mostrado eficaz para estabilizar a doença, o cross linking.
O tratamento se resume à aplicação de uma vitamina chamada riboflavina (B2) na córnea que, exposta à luz ultravioleta a cada cinco minutos durante um total de 30 minutos, estimula novas ligações entre as moléculas de colágeno.
"A técnica não só endurece a parte interior da córnea e estabiliza a doença, como em alguns casos proporciona melhor visão. Colírios antibióticos e antiinflamatórios são necessários durante alguns dias, até que o paciente passe a enxergar com clareza", diz o médico.
Segundo Renato, trata-se de uma alternativa segura e que tem resultado em importantes benefícios para os pacientes.
Por Jessica Moraes
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