Abordarei hoje um tema pouquíssimo presente no universo corporativo: a crítica.
Artigo em extinção em muitos ambientes empresariais - digo em muitos e não em todos, pois sempre é preciso reservar espaço para as honrosas exceções - ela tem o poder de exercer o efeito biodegradável nas incoerências, equívocos e desatinos que todos nós, mais cedo ou mais tarde, acabamos por cometer.
Me referi a sua extinção, pois vivemos uma era onde a instabilidade nos empregos e cargos executivos - que já virou quase uma ideologia, defendida por muitos, como forma de busca contínua pela inovação e mudança (será que resolve?) - juntamente com a constante elevação dos patamares de competitividade, que carregam no seu rastro a necessidade de ajustes estruturais permanentes, transformaram as posições profissionais, em algo absolutamente efêmero e transitório.
Necessário ou não, útil ou equivocado, esse processo não resulta apenas em reciclarem, otimização gerencial ou readaptação de orçamentos, mas muitas vezes, em temor, insegurança e apego a sobrevivência profissional além da normalidade.
Nesse contexto, chefes (evito de propósito a expressão líderes, por considerá-la um exagero cômico) dirigentes e todas as pessoas que possuem cargos de direção e comando passam a representar verdadeiras entidades, dotadas de um poder mortal sobre carreiras e destinos profissionais.
Pode parecer dramático demais, mas em muitos casos essa é a realidade. A consequência desse contexto é o silêncio das ditaduras. No lugar do senso crítico e da reciclagem de ideias, entram o silêncio originado no medo e as frases feitas retiradas das cansativas obviedades corporativas de todos os dias.
A grande questão aqui é: quem ganha com isso? Afirmo categoricamente de que nesse caso todos perdem. Seja a empresa como organização e seus empreendedores como responsáveis pelos resultados e riscos, ou mesmo seus gestores profissionais a quem é confiado o dia-a-dia operacional e de quem é cobrado eficiência, atualização permanente e evolução cotidiana da capacidade gerencial.
Sem o senso crítico, exercido com fundamento, respeito profissional, mas sobretudo com liberdade, a empresa fica intelectualmente anêmica e a tão esperada inovação contínua se torna mais em uma miragem ou em um mito do que em realidade.
Considerando esse contexto, e as vantagens que uma equipe crítica e verdadeiramente contributiva pode oferecer, destacamos aqui algumas observações e cuidados básico para calibrar a sua postura:
1) Tenha a certeza absoluta de que você não é infalível;
2) Permitir a liberdade de expressão significa encarar com naturalidade e respeito posicionamentos, objeções, críticas e argumentos que irão contra as sua convicções;
3) Admitir a crítica e saber lidar com ela á sinal de coragem e confiança na sua própria capacidade;
4) A autoridade e o respeito profissional não são conquistados oprimindo os divergentes. Mas caso decida optar pela repressão, saiba que o silencia que conquistou vem do medo e jamais pelo reconhecimento de sua posição;
5) Lidere o processo estimulando a crítica, para as quais você pode e deve exigir argumentos fundamentados;
6) Fuja dos bajuladores de plantão. Eles são péssimos conselheiros.
Boa sorte e boa convivência
Até a próxima.
Gustavo Chierighini, atento observador do universo corporativo, é fundador e publisher da Plataforma Brasil, especializada em informações e conteúdos de inteligência empresarial. www.pbrasilnet.com.br5 cursos na área da beleza para quem quer empreender!
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