Foto: Mito Images/Westend61/Corbis
Bom emprego, faculdade renomada, vestibular, escola de qualidade e alfabetização o mais rápido possível. Querendo ou não, esses itens estão todos interligados e numa relação de dependência. Mas há quem prefira valorizar a brincadeira para que a criança não seja jogada bruscamente no mundo de preocupação dos adultos. As mães podem ficar divididas entre alfabetizar os filhos logo cedo ou preservar sua infância.
A coordenadora do Colégio Joana D’Arc, Cristina Carvalho, esclarece que a alfabetização tem início antes das letras. "Começa com dois anos de idade, aproximadamente, quando você começa a dizer e indicar onde a criança está sentada, ou seja, ensina onde ela está (objetos, espaço etc). Já a alfabetização ‘escolar’, a parte de leitura, escrita etc., se dá a partir dos cinco anos."
E é daí que vem a dúvida. Glauciana Nunes conta em seu blog "Coisa de Mãe" que alfabetizar as crianças precocemente significa empurrá-las ao mundo adulto antes da hora, causando um gasto de energia que poderá fazer falta em suas vidas. "Até pelo menos os seis ou sete anos a criança deve simplesmente brincar. O tempo que alguns julgam que ela ‘perde’ por não ser rapidamente alfabetizada, na verdade é ganho acumulando forças internas para poder enfrentar o mundo que, às vezes, tanto preocupa os adultos", diz ela.
Ela explica que o desenho é a forma natural de expressão da criança e não a escrita. "Em minha experiência docente, assim como psicopedagógica, sempre constato que, para uma criança pequena, o código alfabético é estéril, sem cor, sem beleza, pois é abstrato e desconhecido", conta.
Nas escolas onde trabalha, as Waldorf, que adotam uma abordagem mais tardia em relação à escrita, a alfabetização pelo código fonético se inicia aos sete anos pelo desenho e caminha de forma lenta e gradual, tendo o desenho e a pintura como formas de comunicação tão importantes quanto a linguagem escrita.
Cristina conta que hoje em dia é quase inevitável que as crianças se envolvam com as letras. "Elas estão diretamente ligadas à escrita, elas trabalham direto com isso. Por exemplo, pelos gibis", explica. E os computadores, que entram cada vez mais cedo na vida da moçadinha, também colaboram para que os pequenos recebam uma enxurrada de palavras.
O ensino precisa condizer com a maturidade de cada criança, independentemente se com cinco ou sete anos de idade. Os pais devem observar as capacidades de seus filhos e acompanhar seu crescimento na escola, ajudando-os nos conteúdos propostos e intervindo quando perceberem qualquer dificuldade.
Cristina alerta: "A alfabetização precisa ser algo muito gostoso. A criança precisa estar bastante motivada, porque quando ela descobre o que acontece com as letras, ela se agita, se entusiasma e se envolve com a leitura. Mas é preciso ser bem divertido e lúdico".
* Serviço: Cristina Carvalho, coordenadora do Colégio Joana D’Arc.
Glauciana Nunes, blog Coisa de Mãe.
Por Juliany Bernardo (MBPress)
As consequências de calar os filhos com recompensas imediatas
Advogado expõe pai que não quer pagar pensão - Leia aqui!
Mãe de 98 anos se muda para asilo para cuidar de filho de 80
7 sinais que identificam uma mãe narcisista
Professora permite que aluna leve bebê às aulas para não faltar
Médica explica por que uma mãe que não ama o filho não é 'desnaturada'