Foto: BlogBemOliveira
Lidar com a homossexualidade não é fácil para muitas mulheres. Sejam elas jovens, quando descobrem a verdadeira opção sexual e precisam enfrentar o preconceito da família ou dos amigos, ou mesmo para muitas mães, que encaram os desafios de estar ao lado de um filho ou filha homossexual.
O preconceito faz com que muitas mulheres lésbicas sejam tratadas diferentes e, em muitos casos, as torna mais solitárias. Depois de pesquisar a fundo este universo, Stéphanie Arc, jornalista francesa do Le Journal du CNRS, Arts Magazine, além de membro da associação SOS Homofobia, observou vários comentários depreciativo a respeito delas, entre outras informações errôneas a respeito dos casais homossexuais.
"Geralmente a cultura ocidental usa comentários do tipo: é fácil reconhecer uma lésbica; elas na verdade gostariam de ser homens; sofreram abusos sexuais na infância; nunca se relacionaram com um homem decente", diz.
Em seu livro "As lésbicas - Mitos e verdades", lançado este mês no Brasil, Stéphanie relata até que ponto a sociedade influencia o comportamento dos casais de lésbicas, além de retratar o que aconteceu neste universo ao longo da história. "Elas mantêm relacionamentos consentidos entre adultos, sem nenhum crime ou violência. E, no entanto, na maioria dos países essas mulheres são recriminadas, agredidas e às vezes assassinadas, em função de sua preferência amorosa", comenta a autora. A partir de um trabalho apurado, inclusive com pesquisas científicas, ela afasta certos mitos ou conceitos que muita gente tem dessas mulheres e qual é a cultura que se formou entre elas.
"Analisar as ideias preconcebidas sobre as lésbicas permite, portanto, combater os preconceitos, terrivelmente autoritários, que formam a base da lesbofobia, mas também compreender como foram constituídas as marcas atuais da comunidade homossexual, com relação a linguagem, moda, locais e cultura".
Aqui no Brasil, quem também pesquisa e conhece esse universo a fundo é Edith Modesto, criadora do Grupo de Pais de Filhos Homossexuais (GPH) e do Projeto Purpurina. Neste trabalho, ela se deparou com o principal sofrimento das lésbicas: a falta aceitação dos pais, principalmente da mãe, o que as causa mais angústia. Em muitas das conversas com essas mulheres Edith percebeu que a descoberta da homossexualidade acontece tarde, após o casamento. Para Edith, mais do que os homens, as mulheres tem desde criança o sonho do casamento, e somente depois dele descobrem que o sexo com homens não é tão prazeroso.
Doutora em Semiótica francesa pela Universidade de São Paulo, ela também se tornou escritora sobre homossexualidade depois de descobrir em 1992 que o seu filho caçula, entre sete filhos, era homossexual. Na sua última obra "Entre mulheres - Depoimentos homoafetivos", Edith apresenta uma coletânea de relatos de lésbicas. Mulheres de várias idades que relatam as suas dúvidas e medos, na intenção de serem respeitadas na sociedade. "São depoimentos de mulheres homossexuais, mas poderiam ser mulheres negras ou em condições socioeconômicas de risco. Meu interesse é a mulher, que muitas vezes sofre duplo, triplo preconceito. É uma obra em defesa dela, que é cidadã, que tem direitos que precisam ser respeitados", diz Edith.
Também no universo de obras para o público GLS, a realidade inspira obras de ficção. Depois de observar o comportamento de um amigo homossexuais, o jovem Léo Dragoni, de 19 anos, resolveu escrever uma trama que envolve o personagem Rafinha, adolescente que se descobre atraído pelo namorado da irmã.
Foto/Divulgação Giz Editorial
No livro "Diário de Rafinha", o protagonista vive os conflitos da adolescência e a paixão por um heterossexual. Em busca desse amor, Rafinha se revela um verdadeiro vilão. "Se trata de uma ficção, mas baseado na história de uma pessoa que vive o preconceito e a angústia de gostar de um jovem homossexual. Mais do que isso, mostra o que as pessoas são capazes de fazer por uma paixão", explica o autor que vai lançar a obra na 14ª Bienal do Rio de Janeiro, neste sábado, dia 19, às 16 horas.
As lésbicas - Mitos e verdades
Autora: Stéphanie Arc
Editora: Edições GLS
Entre mulheres - Depoimentos homoafetivos
Autora: Edith Modesto
Editora: Edições GLS
Diário de Rafinha. As duas faces de um amor
Autor: Léo Dragone
Editora: Giz Editorial
Por Juliana Lopes
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