Quando a mulher entra na menopausa - ou no período que a antecede, conhecido como climatério - enfrenta uma série de alterações hormonais que provocam desde ondas de calor e transpiração excessiva até problemas sexuais. O desejo diminui e a falta de menstruação vira sinônimo de falta de sexo.
Dados apresentados no XI Congresso Mundial de Menopausa, realizado em Buenos Aires em 2005, revelaram que 50% das mulheres de meia idade relatam algum tipo de disfunção sexual. As queixas de dor na penetração, decorrentes das alterações hormonais, geram dificuldades na manutenção da excitação, diminuindo ainda mais a lubrificação vaginal. Assim, reduzem as possibilidades de alcançar o orgasmo e por conta disto, diminuem ou inibem o desejo sexual.
Mas é preciso lembrar que o fato de perderem o interesse sexual não está diretamente ligado ao fato de deixarem de menstruar. "Existe a interferência dos hormônios no desejo, porém, do ponto de vista social e também psicológico, as mulheres compraram a ideia de que perderam a juventude e que não são mais capazes de despertar atração sexual", comenta o psicólogo e terapeuta de casais e família Paulo G. P. Tessarioli.
Ele, juntamente com as médicas ginecologistas e sexólogas, Ana Lúcia Cavalcanti e Ana Paula Junqueira Santiago, desenvolveu uma pesquisa sobre a satisfação sexual em mulheres com a chegada da menopausa, intitulada "A influência do uso do tonificador na consciência do assoalho pélvico das mulheres na menopausa". A pesquisa foi apresentada em agosto deste ano, no X Congresso da Sociedade Latinoamericano de Medicina Sexual.
O trabalho foi desenvolvido em São Paulo com oito mulheres de idade média de 52 anos, com dificuldade em ter orgasmos. Todas receberam kits com três tonificadores de diferentes pesos e diâmetros e foram orientadas a fazer exercícios diários de contração e relaxamento da musculatura do assoalho pélvico.
Esse assoalho é o "chão" ou "piso" da região pélvica, responsável por manter alguns órgãos (útero, ovários, bexiga) no devido lugar, por impedir a saída de urina, fezes e gases e também por manter a função vaginal (contração e relaxamento). "Mulheres jovens que se preocupam em manter níveis saudáveis de atividade física e postura, evitando sobrecarga do corpo, bom funcionamento do intestino, certo grau de consciência vaginal, contraindo e relaxando a vagina. Com a chegada da menopausa, estas mulheres se apresentam saudáveis dos pontos de vista orgânico e sexual. Mas caso isto não ocorra, dependendo do estado em que se encontra o assoalho pélvico, é possível fazer exercícios de contração e relaxamento da vagina com o uso dos cones, sempre com a orientação de um especialista em sexualidade", explica Paulo.
O resultado da pesquisa realizada foi positivo, provando que o uso do tonificador facilitou a percepção vaginal e, consequentemente, reativou o interesse pela atividade sexual em cinco das oito mulheres que participaram do estudo. Um kit composto por cones de diferentes pesos, bem parecidos com o tonificador utilizado na pesquisa, pode ser encontrado do mercado brasileiro.
Fora o uso dos tonificadores, é possível também manter o desejo aceso por outras vias, reforçado por meio da própria atividade sexual. Paulo indica que relações sexuais, masturbação, leitura erótica e até os filmes ajudam nesse sentido. "Colocar o desejo sexual como uma das prioridades na vida, com sua devida importância, da mesma forma que são importantes o trabalho, o lazer e o cuidado com o corpo também ajuda na manutenção do desejo".
Por Sabrina Passos (MBPress)
Como seduzir na cama cada Signo!
Dicas para ter mais prazer no sexo de acordo com cada signo
Metade das mulheres assiste pornô gay, revelam pesquisas
Brinquedos e filmes eróticos para uma sexualidade mais empoderada
8 coisas bizarras que só acontecem na hora H
Mapa do prazer: pesquisa aponta as zonas erógenas de homens e mulheres